Talatona é uma terra de ninguém. Não
tem gente na rua; não tem lojas, comércio, praças ou espaços de
convivência pública. Só há pistas largas, prédios e condomínios.
Enfim, é mais um não-lugar nessa onda de não-lugares que se
espalha por todo o mundo, onde as pessoas se escondem atrás de
grades e confundem isolamento com conforto. Ainda assim, isoladas, as
pessoas precisam comer, mas agora em vez de irem aos restaurantes, os
restaurantes vão até elas, abrindo dentro dos condomínios. É o
caso da Pizzaiolo, pizzaria que já havia mencionado aqui como a
única concorrente (quase) à altura da Cappriciosa em Luanda.
A Pizzaiolo fica no condomínio Jardins
de Talatona, um dos mais antigos de Luanda Sul. São vários prédios,
uma boa área de circulação e o restaurante está à frente e à
esquerda da entrada, após a piscina (quase sempre vazia). Um pouco
antes, um pintor vende quadros naif diferenciados em relação
àqueles da Feira do Benfica, mais bonitos. Apesar do espaço, se
você não mora no condomínio tem que estacionar do lado de fora
mesmo, mas é um lugar seguro, com vigilantes à porta. Ninguém
chega pedindo gasosa, nem nada do tipo. Tem mapinha na foto (é na
rua da Mundo Verde & Martal).
A pizzaria tem dois ambientes, um
interno e um externo, e a sua escolha terá prós e contras. Fora: há
fumantes, os assentos são de concreto. Dentro: mais confortável,
mas bem mais barulhento se estiver cheio, já que o espaço é
pequeno. Como tenho amigos que ainda fumam (ahem, Leandra, ahem),
fico do lado de fora na maioria das vezes.
Vamos às pizzas (clique na foto acima pra ver o cardápio em detalhe): se na Capricciosa os
nomes estavam associados a regiões de Angola, na Pizzaiolo cada
sabor é inspirado por um país do mundo. A Angola tem camarão, a
Brasil tem picanha, a Grécia tem anchova... Não são pizzas lá
muito ortodoxas, mas eu gosto do risco em alguns dos sabores. Nas fotos abaixo, dá pra ver o tamanho das pizzas individuais inteiras e uma fatia da pizza grande.
Gosto de algumas esquisitas, como a
Noruega, que tem como recheio bacalhau com natas. É inacreditável,
mas funciona. Outra muito boa (e não é batizada com nome de país)
é a Pizzaiolo, a pizza da casa, com frango e amêndoas. Ainda assim,
devo confessar: em 90% das vezes que vou à Pizzaiolo fico com a
Suíça, ou seja, quatro queijos. A massa nem sempre está boa:
muitas vezes o recheio solta-se da base, que fica parecendo um pão
seco.