Há poucos americanos
em Luanda, a maioria na área do petróleo. Os coitados não tem um
fastfood que preste, mas se eles não podem comer hamburger, ao menos
os gringos sulistas podem matar o banzo com uma boa comida mexicana,
no Sabor de Texas, que fica numa rua transversal do Cruzeiro/Miramar,
que vai dar direto no Cemitério das Cruzes. Há muitos americanos
morando por ali, especialmente a galera que faz parte da super infra
da embaixada americana, e ao que parece, esse pessoal adotou o
restaurante como segunda casa. Anda lotado, com gente esperando do
lado de fora.
O lugar é
acanhadíssimo, um balcão e cinco mesas, mas a decoração, embora
tímida, tem algum estilo, com motivos tex-mex, mapas antigos e
adornos que parecem mesmo objetos de cena de algum faroeste. Faltou
a porta de mola, mas, tirando isso, o clima é mesmo um salloon (eu
dispensava a televisão enorme), o que inclui uma garçonete
insinuante, que te atende em perfeito inglês – que ela aprendeu na
África do Sul, claro.
É ela e mais ninguém
no atendimento. Quando tem que servir alguém sai detrás do balcão,
e inclina-se com sua bandeja de nachos. Ficamos sentados no balcão,
por falta de mesas. O lugar esvaziou em seguida, mas ficamos no
balcão, porque parecia uma experiência mais autêntica, mais roots.
A gordura sobe solta e se espalha no espaço pequeno, e você sai
precisando de um senhor banho.
O cardápio é aquela
coisa: fajitas (que obviamente não são as fahitas libanesas, muito populares
aqui), enchiladas, tamales, tacos, mas no fim do expediente pouca
coisa ainda está disponível. No dia em que fui lá o frango já
tinha acabado, por exemplo, e não havia tamales. A comida demora, e
me parece que eles abriram sem esperar uma demanda tão grande. A
garçonete disse que já falou ao dono americano que eles precisam de
um lugar maior, mas parece que ele não ouve.
Fomos tradicionais:
começamos com nacho e chili, muito bons. Na falta de frango, sobrou
pra mim uma enchilada de queijo, servida com arroz frito, feijão
amassado (não vi bacon nem linguiça), salada de tomate e guacamole,
que eu dispenso. Não sei se foram os nachos de entrada, mas me
pareceu muita comida, muito consistente, para quando se tem muita
fome.
Os tacos de carne
também foram aprovados pela minha companhia, mas ele só comeu um
dos três tacos servidos e fez um take-away do resto. É pra encher
mesmo a barriga, comida de cowboy. Claro que nem pedimos sobremesa,
até porque, apesar de não ter perguntado, duvido que houvesse.
Cowboy não come doce.
Enfim, a comida é boa,
mas numa segunda vez, depois de experimentar essa atmosfera gordurosa
de salloon, a melhor opção é pedir a comida por telefone e entrar
lá só pra buscar os pratos. Olha os telefones: 913 343424 / 926
942160. Eles oferecem serviço de catering no almoço. O melhor é
ver o site deles, onde, deo gratias, dá pra ver o cardápio todo e
também as opções do catering.