O Le Petit Bistrot, até
onde eu sei, é o único restaurante exclusivamente francês de
Luanda, e fica na mesma rua do BPC, do Espelho da Moda e do
ultrassingular Elinga, um teatro/galeria de arte/boate que tem a
melhor música eletrônica de Luanda, talvez a única (sério, as
pistas aqui são muito ruins, mesmo que hoje já tenham diminuído a
frequência de Sarajane, Luiz Caldas e Ivete das picapes).
Enfim, é mesmo um
lugar chato pra estacionar e ocasionalmente perigoso para ir a pé,
mas vale a pena conhecer o lugar, que virou um raro refúgio da
comunidade francófona, a ponto do dono se dirigir aos clientes que
entram primeiramente em francês. Se você não segurar a onda, ele
passa pra português, com forte sotaque. O espaço é pequeno, seis
mesas no máximo, com uma ambientação bastante simples e os
indefectíveis quadros de Paris como o máximo de decoração.
O menu é basicamente
uma cápsula de comida francesa, e aqui, como eu não como carne
vermelha, não vou poder realmente opinar com propriedade a respeito
do Boeuf Bourguignon e cia. Já fui ao lugar algumas vezes, e sempre peço
peixe, que vem em receitas leves, mediterrâneas e muito saborosas.
Para escrever esse post, resolvi variar um pouco.
Comecei com uma salada
de queijo de cabra, leve e gostosa, mas as outras entradas da minha
mesa foram melhores: a salada de camembert empanado estava excelente,
mas, surpreendentemente, o melhor de tudo foi um tartare de peixe com
um tempero espetacular, com leite de coco e coentro. Tartare de
peixe, claro, é peixe cru, mas essa mistura com leite de coco não
transforma a entrada num sushi baiano. Tem gosto de ceviche andino,
muito bom, mas, segundo o menu, a receita tem origem no Tahiti.
Chique, hein? Normalmente eu peço a sopa de peixe de entrada e, se
não tiver mudado a receita, é uma excelente opção.
Pro prato principal, em
geral peço linguado, mas desta vez apostei num supremo de frango ao
molho roquefort. Não sei foi uma infelicidade deste dia em especial,
mas o frango estava duro, ruim de cortar, e o molho em quantidade, em
vez de umedecer a carne, deixava tudo enjoativo. Foi uma má escolha
e eu voltarei ao peixe numa próxima visita. Na nossa mesa, no
entanto, pediram lagosta thermidor, coberta com queijo, e estava
realmente incrível. Ao contrário dos clichês de restaurante
francês, serve-se muito bem, prato cheio. A lagosta dava para duas
pessoas tranquilamente, especialmente após uma entrada mais
consistente.
Sobremesa: eu já
provei o petit gatêau e é impecável, mas dessa fez fui de crepe
suzette com molho de laranja. Delícia, delícia. Na minha mesa
acharam muito doce, mas eu não achei. Foi perfeito para neutralizar
o gosto forte de queijo e terminar a refeição numa nota mais amena.
Provei também a crème brûlée, bem razoável.
Enfim, no todo, o lugar
proporciona uma noite bem agradável. Vale a pena sair um pouco da
zona do conforto e prestigiar locais que investem numa ocupação
integral da cidade, noite e dia. Hoje ele é uma exceção, mas quem
sabe não seja o pioneiro de uma revitalização bem merecida?
morri!!!!!! vou parar de ler seu blog, isso é muita tortura! Le Petit sempre foi meu restaurante preferido em Angola. Vc esqueceu de falar dos pães do couvert!!!!!!!!!! Simplesmente divinos. Só por curiosidade comi peixe com leite de coco no Tahiti, simmm é muito bom e não tem nada a ver com a boa e velha muqueca baiana ;))))
ResponderExcluirFunciona a noite nos finds? até que horas?
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