terça-feira, 9 de julho de 2013

Pizzaiolo


Talatona é uma terra de ninguém. Não tem gente na rua; não tem lojas, comércio, praças ou espaços de convivência pública. Só há pistas largas, prédios e condomínios. Enfim, é mais um não-lugar nessa onda de não-lugares que se espalha por todo o mundo, onde as pessoas se escondem atrás de grades e confundem isolamento com conforto. Ainda assim, isoladas, as pessoas precisam comer, mas agora em vez de irem aos restaurantes, os restaurantes vão até elas, abrindo dentro dos condomínios. É o caso da Pizzaiolo, pizzaria que já havia mencionado aqui como a única concorrente (quase) à altura da Cappriciosa em Luanda. 


A Pizzaiolo fica no condomínio Jardins de Talatona, um dos mais antigos de Luanda Sul. São vários prédios, uma boa área de circulação e o restaurante está à frente e à esquerda da entrada, após a piscina (quase sempre vazia). Um pouco antes, um pintor vende quadros naif diferenciados em relação àqueles da Feira do Benfica, mais bonitos. Apesar do espaço, se você não mora no condomínio tem que estacionar do lado de fora mesmo, mas é um lugar seguro, com vigilantes à porta. Ninguém chega pedindo gasosa, nem nada do tipo. Tem mapinha na foto (é na rua da Mundo Verde & Martal).


A pizzaria tem dois ambientes, um interno e um externo, e a sua escolha terá prós e contras. Fora: há fumantes, os assentos são de concreto. Dentro: mais confortável, mas bem mais barulhento se estiver cheio, já que o espaço é pequeno. Como tenho amigos que ainda fumam (ahem, Leandra, ahem), fico do lado de fora na maioria das vezes.


Vamos às pizzas (clique na foto acima pra ver o cardápio em detalhe): se na Capricciosa os nomes estavam associados a regiões de Angola, na Pizzaiolo cada sabor é inspirado por um país do mundo. A Angola tem camarão, a Brasil tem picanha, a Grécia tem anchova... Não são pizzas lá muito ortodoxas, mas eu gosto do risco em alguns dos sabores. Nas fotos abaixo, dá pra ver o tamanho das pizzas individuais inteiras e uma fatia da pizza grande.


Gosto de algumas esquisitas, como a Noruega, que tem como recheio bacalhau com natas. É inacreditável, mas funciona. Outra muito boa (e não é batizada com nome de país) é a Pizzaiolo, a pizza da casa, com frango e amêndoas. Ainda assim, devo confessar: em 90% das vezes que vou à Pizzaiolo fico com a Suíça, ou seja, quatro queijos. A massa nem sempre está boa: muitas vezes o recheio solta-se da base, que fica parecendo um pão seco. 

 

As pizzas são servidas em dois tamanhos, individual e grande, mas mesmo a individual já chega tranquilamente para duas pessoas em estágios normais de fome. O restaurante também serve algumas massas e carne, mas ninguém pede. Praticamente só sai pizza. E dentre as sobremesas, nada de especial. Nem faz falta. O clima é descontraído e tem mais cara de barzinho do que de restaurante, então pedir doce aqui seria só uma formalidade desnecessária.