sábado, 3 de agosto de 2013

Sushi Point

O atendimento nos restaurantes em Luanda, salvo honrosas exceções, costuma ser muito ruim. Depois de algum tempo a gente passa a relevar, com um pouco de condescendência: "isso é Angola...". O problema é que às vezes a coisa passa tanto dos limites que você acaba saindo do restaurante sem sequer ter conseguido comer. Ontem, na reinauguração do Sushi Point, acabei dando um WO após uma hora e vinte minutos esperando a comida. Não tem como passar a mão na cabeça diante de tanto despreparo.

O Sushi Point é um restaurante japonês que abriu bem recentemente, dentro do condomínio Palanca, e agora se mudou para o Vila Araújo, em parceria com um restaurante português que já existia no local. Apesar do atendimento ser um fiasco, o Sushi Point tem conseguido estar sempre cheio graças à presença constante de bandas brasileiras, que tocam música da terrinha pra galera que precisa se convencer, por algumas horas, que não está a viver no estrangeiro. Faz parte do pacote do banzo, eu entendo.

A música sempre toca alto, e goste-se ou não do som (uma hora você vai gostar e a outra não, já que o repertório costuma ir de neosertanejo a pop-rock dos anos 80), o volume está sempre uns decibéis acima do normal, fazendo com que a gente tenha que conversar gritando um pouco.

Como a música virou show, e não ambientação, é natural que o Sushi Point tenha muito mais clima de barzinho pré-balada que acidentalmente serve comida, e não um restaurante a sério. Você sai de casa pra ver alguns amigos, matar a saudade de casa, mas se o seu lance for comida mesmo, esse não é o seu lugar.

Dessa vez eu não consegui comer, mas quando o restaurante estava no Palanca, pedi um temaki (pra entrar no clima, já que o lugar é bem mais uma temakeria que um restaurante), sashimi e niguiri. Naquele dia a comida chegou com um atraso de uma hora, e ainda chegou errado, com garçons confusos, que não sabiam se havia polvo na cozinha, etc. Fiquei bem irritado, mas a comida chegou, e pela foto dá pra ver a qualidade do salmão. O sashimi chegou despedaçado, mal cortado.



Ontem, para evitar transtornos, pedi um combinado, já que, pensei, eles devem funcionar melhor nessa base do pacote, com menos pedidos. Ledo engano. Passavam ao nosso lado barca atrás de barca, como só as mesas grandes tivessem prioridade, e nada do nosso pedido chegar. Os novos parceiros do projeto vinham à mesa, justificar o atraso dizendo que não esperavam esse movimento, mas o Sushi Point vinha funcionando cheio semana após semana, sem qualquer melhoria.

Eu, se fosse o dono, não insistia nesse improviso de louco de colocar um restaurante para funcionar assim, na tora, sem gente preparada para atender nem uma cozinha que dê conta dos pedidos em tempo hábil. Óbvio que com a casa cheia e o dinheiro entrando, a tendência é querer continuar, mas a paciência do público tem limite. E se a aposta for música e convívio, a moda também passa, especialmente quando as pessoas escutam a mesma banda todo fim de semana, por meses seguidos. A hora de se profissionalizar é agora.

Para quem quiser ver de perto, o Vila Araújo fica na mesma Rua da Maxi, só que do outro lado, logo antes do Hotel 3J (que tem um restaurante bem razoável; qualquer dia eu falo dele aqui). Abaixo, o cardápio.


 





3 comentários:

  1. Meu caro, e é tão ruim q ainda acham q nos devemos calar. Fui proibido (pela dona) de voltar a um restaurante, o Cantinho do Sossego, porque reclamei de um prato q esta horrível.

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  2. Tb sou cinéfilo e jornalista agora na rádio mais. Podemos conversar um dia destes sobre cinema?

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    1. Oi, Edson. Procurei seu email na sua página e não achei. O meu é saymon.nascimento(at)gmail(ponto)com Vamos entrar em contato. Abraço.

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